Dublador que fez a voz do Dino, da 'Família Dinossauros', relembra a origem do bordão “Querida, cheguei”
O rosto você talvez conheça, de participações em humorísticos da TV Globo – no Zorra, especialmente. Agora a voz... Com certeza você conhece! José Santa Cruz já emprestou sua fala a inúmeros personagens de filmes e desenhos; dentre eles, clássicos comoHarry Potter, He-Man e Transformers. Aqui no VIVA, porém, José Santa Cruz dá o ar da graça como o Dino da Silva Sauro, da série Família Dinossauros, que completa hoje, 26 de abril, 25 anos desde sua estreia – no Brasil, a série desembarcou em 1992, no Xou da Xuxa e, posteriormente, nos domingos da TV Globo, até chegar aqui em 2014. Para celebrar a data, o VIVA papeou hoje com José Santa Cruz. Confira!
- Como surgiu a voz do Dino da Silva Sauro, o protagonista de Família Dinossauros?
José Santa Cruz - Foi a partir do que vi no original. Tendo a minha voz, que é mais ou menos forte, grossa, eu dei a minha versão. Eu, inclusive, dei a minha versão para a abertura com o “Querida, cheguei!”. Com essa versão, eu procurava dizer o seguinte: “Chegou o dono da casa, chegou o sustentáculo, chegou quem ganha dinheiro, chegou quem manda, chegou a felicidade!” (risos) O “Querida, cheguei!” resumia tudo isso!
- E o pessoal nas ruas reconhece a sua voz, costuma pedir para que o senhor fale como o Dino?
José Santa Cruz - Muitos motoristas de táxi, quando eu entro e falo, porque eu procuro conversar sempre, aí eles já perguntam “o senhor faz dublagem?” e eu “faço sim”, aí “ah, é porque eu tô reconhecendo a voz do senhor!”. E tem muitos que gostam disso e já começam a conversar sobre os meus trabalhos, ficam empolgados, entusiasmados de estarem ali comigo. Parece um negócio sensacional! E eu tenho certa facilidade em fazer diversas vozes e a turma sempre identifica.
- O senhor dublou outros personagens bastante conhecidos também...
José Santa Cruz - Sim, alguns com a voz completamente diferente. Muitas outras coisas bastante conhecidas.
- Qual a maior dificuldade do dublador, no momento de dar a voz a um personagem?
José Santa Cruz - A dublagem é o seguinte: quando o diretor te chama, o tom de voz já é mais ou menos de acordo com o que o personagem já tem. A dificuldade maior é a ligação entre a fala e o labial do personagem ou do ator. É botar a palavra certa dentro daquele labial. Esse é o grande problema da dublagem. E o ritmo também da fala. Aliás, há muitos atores que não conseguem dublar, não se adaptam ao ritmo de aceitar aquela coisa, de ouvir no fone e jogar em cima do que estão falando. Muitas vezes, o diretor dá liberdade até para a gente mudar a fala, buscar um sinônimo que dê mais certo com o labial. Isso é importante.
- Família Dinossauros completa 25 anos hoje. A que o senhor atribui o sucesso da série?
José Santa Cruz - Eu acho que o principal sucesso da Família Dinossauros foi a criatividade dos personagens, aqueles tipos vivos. Também a realização do trabalho e mais os scripts. Os scripts são maravilhosos! As histórias, além de sensacionais, têm um fundo moral, um viés educativo, uma série de coisas. Família Dinossauros, inclusive, é muito engraçada, mas traz muita profundidade nos seus ensinamentos. A imaginação daqueles personagens, a maneira como eles agem, com tanta vivência, toda aquela vida em monstros enormes, simpáticos e agradáveis, falando de coisas sérias, muitas vezes, é maravilhoso! Foi um trabalho que eu fiz com muita satisfação e com muita felicidade!
Fonte: Canal Viva
Foto: Divulgação