McLaren de Senna que será pilotada por Hamilton ainda conserva marcas da batida com Prost
Todo mundo sabe que o carro que será pilotado por Lewis Hamilton, em homenagem a Ayrton Senna, neste sábado (2), em Interlagos, foi usada pelo piloto brasileiro na conquista do bicampeonato, em 1990. O que muita gente não deve fazer ideia é que esse é o carro com o qual Senna disputou o GP do Japão daquele ano e ainda conserva as marcas da batida com a Ferrari de Alain Prost na largada da corrida em Suzuka.
Relembre o acidente entre Senna e Prost no GP do Japão de 1990
Em 1990, com Senna na McLaren e Prost indo para a Ferrari, a rivalidade entre os dois seguiu a flor da pele e o palco da decisão era o mesmo da temporada anterior: Suzuka, no Japão. Senna e Prost já haviam interrompido o convívio amistoso que marcou o primeiro ano da parceria e estavam em pé de guerra na reta final da temporada 1989.
Inconformado com o título perdido, o brasileiro disparou duras críticas às atitudes de Balestre, que exigiu um pedido de desculpas público para que o piloto pudesse obter a superlicença para disputar o campeonato de 1990. Convicto da parcialidade do dirigente, Senna se recusou a fazer a retratação até o último momento, quando a McLaren enfim distribuiu um comunicado assinado por ele. Em 1991, Senna revelou que o pedido de desculpas não havia sido redigido com seu consentimento.
Todo o impasse envolvendo Prost e Balestre se tornou fonte de uma grande mágoa para Senna, que se sentia injustiçado. A chance de extravasar a raiva veio na etapa japonesa de 1990. Prost precisava vencer para conquistar o título. A direção da prova negou a Senna, pole position, o direito de largar do lado esquerdo, o mais limpo e emborrachado da pista.
A McLaren MP4/5B possui um motor V10 aspirado com mais de 700cv e pesa apenas 505kg. O carro carrega muito do MP4/4, um dos carros mais dominantes da F1 e usado em 1988. Usado em 1989 e 1990, o MP4/5B conquistou 16 vitórias, 36 pódios e 27 pole positions ao longo das duas temporadas.
Prost, segundo colocado no grid, largou pelo lado de fora, enquanto Senna seria prejudicado pela sujeira do lado interno da pista. E o brasileiro, a cerca de 250 km/h, simplesmente não freou para a primeira curva, como revelaria a telemetria, colidindo com o rival. O campeonato estava decidido, com Ayrton bicampeão mundial.
Fonte e foto: Reprodução Redes Sociais do Esporte na Band